domingo, 30 de dezembro de 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Michael Buble - For Once in My Life

Michael Bublé "Some Kind Of Wonderful" (Official Album Version)

Michael Bublé - Home (Live From Abbey Road 2009)

Madonna a dois por um para reconquistar cariocas

Encalhe de ingressos de grandes atrações pode mudar o mercado de shows no Brasil

Madonna
Foto: Divulgação


RIO -  De pouco serviram os esforços da produção de Lady Gaga para encher o Parque dos Atletas, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 11. Não teve site de compra coletiva nem oferta de dois por um que levassem ao espaço as 90 mil pessoas esperadas pela produtora Time For Fun. Apenas 40 mil espectadores apareceram — e, desse total, não é possível saber quantos efetivamente pagaram. Agora, a vítima da vez é Madonna. Com show agendado para o mesmo local no próximo domingo, dia 2, a rainha do pop já é alvo de promoções. A Time For Fun — novamente ela — anunciou uma “cota especial” com valor 44% abaixo do oferecido originalmente, e levou alguns fãs à fúria.



Procurada, a produtora não quis se pronunciar sobre a estratégia que diminuiu o preço do ingresso de pista, por exemplo, R$ 360 para R$ 200 (com mais R$ 120 de taxa de conveniência). Entre setembro e quinta-feira passada, as ações da produtora caíram de R$ 17 para R$ 10 na bolsa de valores. No mesmo período, seu valor de mercado foi de R$ 1,2 bilhão para R$ 700 milhões. Segundo especialistas, é, em parte, fruto tanto do desinteresse do público pelas megaturnês de cantoras populares quanto da perda do Cirque du Soleil para Eike Batista.
— Muitos fãs estão revoltados, não acham justo que a Time For Fun tenha reduzido o preço depois de eles terem pago quase o dobro a mais, e querem o dinheiro de volta — conta Lucas Augustinho, responsável pela página Madonna Oficial Brasil, com 8,5 mil fãs no Facebook.
Consultado, o Procon-RJ diz que não há muito o que fazer.
— Como a mudança de preços foi colocada como um fator promocional, uma oferta, não vejo crime. A empresa está no direito dela — afirma o advogado Vinícius Leal. — Mas quem se sentir lesado pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor ou à Justiça com todas as provas materiais que puder (ingressos, notícias, folheto sobre oferta...).
Enquanto isso, produtores de shows país afora tentam entender a situação estabelecida no Rio e remediar o problema. Aparentemente o carioca não tem dinheiro ou vontade de acompanhar shows com entradas que rondam os R$ 750 (valor cobrado pela entrada inteira na pista premium de Lady Gaga e Madonna).
— A meia-entrada e a carga tributária, que leva 40% do valor do ingresso, são sempre culpadas — diz Gladston Tedesco, do Grupo Tom Brasil. — Mas há outros fatores também. O cachê dos artistas costuma subir quando vêm ao Brasil, seja porque estão longe, seja porque sabem que a economia vai bem. Também vivemos um acúmulo de shows no segundo semestre do ano, e ninguém tem R$ 1.500 (valor para um casal) para gastar todo fim de semana. Então, seleciona bem. Depois tem a frequência com que esses cantores têm passado por aqui. Parafraseando Chico Anysio quando o Papa João Paulo II veio ao Brasil pela segunda vez, digo que tem gente que se vier mais vai acabar dando o pontapé inicial num Fla x Flu qualquer.
Como solução, Tedesco sugere o financiamento:
— Com Chico Buarque e Marisa Monte, parcelamos os ingressos em três vezes e negociamos que o cachê seria pago aos poucos também. Isso é mais difícil num cenário internacional, mas é um caminho.
Roberto Medina, criador do Rock in Rio — e da Cidade do Rock, hoje batizada de Parque dos Atletas —, enxerga “um porre de sucesso” no cenário musical brasileiro e prevê mudanças no valor dos ingressos para breve. Para ele, que se diz “um guardião do preço do Rock in Rio”, a R$ 260 por um dia repleto de shows, a dificuldade encontrada na venda de ingressos caros deve acabar influenciando até os cachês cobrados pelos artistas:
— Eles aumentaram com a derrocada da indústria fonográfica, mas vão acabar se reajustando. Quando você chega ao teto do preço, o mercado precisa encontrar soluções para tornar seu produto acessível novamente, da produção local até a outra ponta da corda, as bandas. Os ingressos no Brasil estão incompatíveis com a renda do brasileiro. O consumidor tem que brigar pela qualidade e também pelo preço — analisa Medina, que viu as 80 mil entradas para o Rock in Rio 2013 disponibilizadas para pré-venda se esgotarem em 52 minutos, com apenas três bandas confirmadas no line-up até então.






Will.i.am cancela participação nos shows brasileiros de Madonna

Rapper alegou conflitos de agenda para não vir ao país
O músico Will.i.am Foto: Divulgação


RIO - Will.i.am não vai mais participar da turnê brasileira de Madonna. Escalado para abrir os shows da diva pop no Rio de Janeiro, no próximo dia 2, e em São Paulo, nos dias 4 e 5, o líder do Black Eyed Peas cancelou sua vinda ao país devido a conflitos de agenda. No seu lugar, apresentam-se os DJs da dupla Felguk, no Rio, e Gui Boratto, em São Paulo. Em Porto Alegre, no dia 9, quem abre o show é Fabrício Peçanha, previamente anunciado.
Madonna volta ao país cercada de polêmica. Na semana passada, a produtora Time 4 Fun anunciou uma cota especial de ingressos, que reduziu o preço das entradas para os shows da diva no Rio e em São Paulo em até 44%, enfurecendo os fãs. Celebrando o 12º disco de estúdio da cantora, "MDNA" se firmará com a maior turnê da carreira da cantora, com cerca de 90 shows. A série de apresentações começou no dia 29 maio, em Israel.

Divulgada a sinopse do novo 'Jornada nas estrelas'

Em 'Star Trek into darkness' , Capitão Kirk vai tentar capturar um homem com arma de destruição em massa

"Star Trek indo darkness" traz novamente Chris Pine, Zachary Quinto e Simon Pegg Foto: Divulgação/Paramount


RIO - Para saciar a sede de novidades dos fãs de "Jornada nas estrelas", a Paramount Pictures divulgou a sinopse da trama de "Star Trek into darkness", próximo filme da franquia. No novo longa, o Capitão Kirk vai tentar capturar um terrorista de posse de uma arma de destruição em massa. A continuação de "Star trek" (2009), do diretor J. J. Abrams, estreia no Brasil em julho de 2013.
"Quando a equipe da Enterprise é chamada de volta para casa, eles descobrem que uma força terrorista incontrolável, de dentro da própria organização, detonou a Frota e tudo que ela representa, deixando o mundo em crise. Com uma dívida pessoal a resolver, o capitão Kirk lidera uma caçada na zona de guerra para capturar uma arma de destruição em massa".
O resumo dramático do filme continua: "Enquanto nossos heróis são empurrados para um jogo de xadrez de vida ou morte, o amor será desafiado, amizades serão desfeitas e sacrifícios deverão ser feitos pela única família que Kirk ainda tem: sua tripulação".
"Star Trek into darkness" traz Chris Pine no papel do Capitão Kirk novamente, ao lado de Zachary Quinto e Simon Pegg interpretando Spock e Scotty. Um dos vilões do filme será Benedict Cumberbatch, protagonista da série de TV "Sherlock". A direção do filme de ficção científica continua com Abrams.

http://oglobo.globo.com/cultura/divulgada-sinopse-do-novo-jornada-nas-estrelas-6842762#ixzz2DRIWKQAg 

Fumo degenera o cérebro, diz estudo britânico

Hipertensão arterial e sobrepeso também podem afetar a memória e o aprendizado em pessoas acima de 50 anos

Fumo gera efeitos após quatro anos
Foto: Divulgação/Philippe Huguen/3-10-2006


RIO - O tabagismo leva à degeneração do cérebro, prejudicando a memória, o aprendizado e o raciocínio, segundo pesquisadores do King’s College de Londres, que realizaram um estudo com 8,8 mil pessoas acima de 50 anos. Os efeitos negativos no cérebro também foram percebidos naqueles com pressão alta ou sobrepeso, mas numa proporção menor que nos fumantes.
Publicado no periódico “Age and Ageing”, o estudo investigou a relação entre doenças cardiovasculares e o funcionamento do cérebro. Foram levadas em conta informações sobre o estilo de vida e aplicados testes cognitivos nos pacientes, repetidos novamente após quatro e oito anos. Os cientistas anotaram informações como tabagismo, pressão arterial, níveis de colesterol e Índice de Massa Corporal (IMC), assim como o Escore de Risco de Framingham, análise que determina a probabilidade de um indivíduo desenvolver doença cardiovascular ou derrame em um período de dez anos.
Estilo de vida e capacidade cerebral
Os resultados mostraram que o risco de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral foi “significativamente associado ao declínio cognitivo”, ou seja, aqueles com maior risco tinham maior redução da capacidade cerebral. Os fumantes tiveram os piores resultados nos testes. Já os pacientes com alto IMC estavam relacionados com menor desempenho na memória e os com pressão alta com menor desempenho cognitivo e memória.
— Foram identificados fatores de risco que podem ser associados ao declínio cognitivo acelerado, sendo todos eles modificáveis — explicou o chefe do estudo, Alex Dregan. — Precisamos chamar a atenção para a necessidade de mudanças no estilo de vida devido ao risco de declínio cognitivo.
Ele ainda levantou outra hipótese para a perda cognitiva dos fumantes:
— Uma possibilidade é que o fumo leve a doenças no pulmão, que também se relacionam com o declínio na memória — avaliou Dregan.
Os pesquisadores ainda não podem afirmar se a queda precoce na função cerebral poderia levar a condições como a demência.
— Outras pesquisas vêm relacionando o fumo e a pressão alta com um maior risco de perda cognitiva e demência, e este estudo traz maior peso a estas evidências — comentou Simon Ridley, do Centro de Pesquisa de Alzheimer do Reino Unido. — O declínio cognitivo com a idade pode evoluir para a demência, portanto, desvendar os fatores que estão ligados a este declínio pode ser crucial para encontrar maneiras de prevenir a doença.
Os participantes realizaram dois testes de desempenho cognitivo, os resultados foram combinados com um terceiro teste, sobre o índice cognitivo geral.


Fonte:http://oglobo.globo.com/saude/fumo-degenera-cerebro-diz-estudo-britanico-6841261#ixzz2DQVDrC1l 


domingo, 4 de novembro de 2012

PALAVRA DE HOMEM


Não quero ter razão, quero ser feliz

Ferreira Gullar: O poeta maranhense fez 80 anos, mas mostrou na FLIP que continua com a vitalidade e lucidez de um garoto. Foto de Fábio Motta


Ferreira Gullar: O poeta maranhense fez 80 anos, mas mostrou na FLIP que continua com a vitalidade e lucidez de um garoto
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o poeta Ferreira Gullar contou a origem de uma de suas frases mais famosas. Disse que, dia desses, discutiu tanto com a sua companheira que uma hora ela se levantou e abandonou o local.
Na opinião do poeta, ele até ganhou a discussão. Ganhou, mas não levou: ficou falando sozinho. E foi aí que ele cunhou a pérola: ‘Não quero ter razão, quero ser feliz’. A genialidade da frase dispensa explicações. Aliás, as frases geniais são geniais justamente porque não precisamos explicá-las.
Podemos, porém, refletir sobre ela. É para isso que servem as frases geniais.
Nós, mortais, não elaboramos pensamentos como Ferreira Gullar, e é por isso que nós somos mortais e o Ferreira Gullar é o Ferreira Gullar. Imagine só soltar uma frase dessas no meio da conversa: é o fim de qualquer discussão, não importa quem está com a razão.
A sociedade chegou a um nível de egocentrismo tão grande, que parece que todo mundo quer ter razão o tempo inteiro. Há muito tempo não ouço alguém dizer ‘puxa, você tem razão, eu estou errado’. Será que ainda há espaço para a humildade nesse reality show que se tornou o mundo? Será que admitir um erro é visto como sinal de fraqueza?
A frase de Gullar chama a atenção justamente porque revela que é fundamental ceder, abrir mão de disputas mesquinhas em nome da felicidade. Não é esse objetivo da vida, ser feliz?
Pode parecer ingenuidade, mas juro que vou pensar duas vezes antes de entrar em uma discussão. Porque a gente sempre sabe como uma discussão começa, mas nunca sabe como ela vai terminar. E se pode terminar mal… para que começar? Já fiz isso tantas vezes, tantos confrontos desnecessários… Quem ganha uma discussão, ganha o quê?
Discutir com quem a gente ama só serve para minar a relação. Não estou pregando a apatia generalizada: é bom ter opiniões, são elas que constroem nossas personalidades. Mas querer impor essas opiniões a alguém tem um preço muito alto, que não acho que vale a pena pagar. Ou vale, para quem estiver disposto a pagá-lo. Infelizmente, não é como checar a etiqueta numa loja de roupas: a gente só sabe quanto a discussão ‘custou’ quando ela termina.
Gullar, eu também não quero ter razão, eu também só quero ser feliz. Pensando bem, ter razão nem é tão bom assim, porque significa que, se você está certo, a pessoa que você ama está errada. E será que é necessário expor o erro do outro de maneira tão evidente? Talvez seja por isso que vemos por aí cada vez mais gente com razão – e infeliz.

http://blogs.estadao.com.br

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Venda de virgindade pela internet é crime e Procurador Geral da República entra em cena


Bandeira de Mello

O subprocurador-Geral da República, Bandeira de Mello, pede o cancelamento do visto no passaporte de Catarina



O subprocurador-Geral da República, João Pedro de Saboia Bandeira de Mello, em ofício encaminhado nesta sexta-feira ao Ministério das Relações Exteriores, solicitou que seja investigada a venda da virgindade da brasileira Catarina Miglioni, por R$ 1,5 milhão, para um cidadão japonês, pela internet. Bandeira de Mello sugere ao Ministério que providencie o contato com as autoridades envolvidas na operação internacional que pode ser configurada como “tráfico de pessoas”.
Correio do Brasil teve acesso ao ofício encaminhado nesta tarde, após matéria sobre o assunto publicada na edição do CdB desta quinta-feira, no qual o subprocurador Bandeira de Mello pede a revogação do visto no passaporte de Miglioni “por exercício de prostituição”.
Leia aqui o documento, na íntegra.
Exmo Sr Ministro de Relações Exteriores
Excelência :
Tenho a honra de me dirigir a V. Exa., em face das constantes notícias que circulam na INTERNET de que a brasileira Catarina Miglioni foi aliciada por uma produtora de TV da Austrália para participar de um “reality show” leiloando sua suposta virgindade, já havendo, inclusive, comprador compromissado.
Embora não tenha examinado detidamente o assunto, em principio me parece que se trata de crime de tráfico de pessoas, cuja repressão é prevista em tratados internacionais .
Assim, sugiro a V. Exa. que determine ao Exmo Sr Embaixador naquele país as providências junto às autoridades policiais e judiciárias cabíveis para interromper a execução de eventual crime, para o que, acredito, deveria ser solicitada a revogação do visto (por exercício de prostituição) e a deportação com urgência .
Desculpando-me por utilizar mail e não ofício, face à urgência do assunto, apresento meus meus elevados protestos de consideração e apreço.
Atenciosamente
João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho
Subprocurador-Geral da República

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia


Hipopotomonstrosesquipedaliofobia

Hipopoto monstros esquipedalio fobia é uma doença psicológica que se caracteriza pelo medo irracional (ou fobia) de pronunciar-se palavras grandes ou complicadas.Se caracteriza pela aversão ou nervosismo em momentos nos quais o indivíduo deve empregar palavras longas ou de uso pouco comum (discussões técnicas, médicas, científicas etc), assim como evitar ou não mencionar palavras estranhas ao vocabulário coloquial.
Esta fobia pode ser causada pelo medo de pronunciar incorretamente a palavra, já que isto representa uma possibilidade de que a pessoa fique em desvantagem, seja visto como alguém de cultura inferior ou pouco inteligente, perante seus iguais. Muitas vezes, esta fobia vem acompanhada de timidez social e medo de ser ridicularizado.
A própria palavra hipopotomonstrosesquipedaliofobia representa certa ironia, visto que, além de ser longa e estranha, indica uma fobia à palavras semelhantes. Justamente por isso, para evitar problemas, as abreviaturas equipedalofobia e sesquipedaliofobiatambém têm sido utilizadas.

Etimologia

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia é constituída dos seguintes elementos:
  • Hipopoto vem do grego hippopoto, que significa grande.
  • Monstro é a palavra latina para monstruoso.
  • Sesquipedali é uma forma mutilada do latim sesquipedalian que significa “palavra grande” (literalmente, “um pé e meio de largura” em latim).
  • Fobia significa “medo”.
Fonte: Wikipedia.org

Língua Portuguesa


Saiba usar os diversos “Porquês”


porqueeeeeeeeeeeeeeeeeee

Embora quase ninguém, hoje em dia, se preocupe em escrever corretamente o Português, mostramos aqui 4 regrinhas para o uso correto das diversas formas da palavra “porque”.

1. Use “por que” (separado, SEM acento):
Em frases interrogativas.
Ex.: Por que você me deixou esperando todo esse tempo?;
Por que você não se habitua a ler jornais.
Em afirmações, desde que no seu emprego esteja a idéia de motivo, causa, razão, pelo qual, para que.
Ex.: Não sei por que esse aluno é tão rebelde;
O deputado explicou por que precisa de mais tempo para apresentar seu relatório; Era o apelido por que (pelo qual) era conhecido; O assessor estava ansioso por que começasse a votação.

2. Use “porque” (tudo junto, SEM acento):
Quando a pergunta é acompanhada de uma hipótese de resposta.
Ex.: Você não votou porque é contrário ao projeto?
Essa medida provisória merece prosseguimento na tramitação porque é urgente?.
 Quando uma locução introduz uma explicação, um motivo.
Ex.: O deputado disse que votou contra o projeto porque o considerou lesivo aos interesses do país.

3. Use “por quê” (separado, COM acento):
Quando colocado no final da frase ou antes de pausa, tiver o sentido de motivo, razão pela qual.
Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê;
Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê
ninguém lhe dava atenção. Você faltou à aula por quê?.

4. Use “porquê” (tudo junto, COM acento):
Quando for substantivado (ou seja, usado como substantivo), no lugar de um desses:motivo, causa e forma, com a preposição “por”, uma só palavra.
Ex.: Não entendo o porquê da sua revolta;
mãe deixou de fazer o almoço e não explicou o porquê;
Há muitos porquês para a queda do edifício


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Festival de Gramado 2012


'Colegas' vence prêmio de melhor filme no Festival de Gramado


Antes da aguardada entrega do Kikito de Melhor Filme, os três atores principais de 'Colegas' - Breno Viola, Rita Pokk e Ariel Goldenberg - já haviam .... Foto: Edison Vara/Pressphoto/Divulgação

Antes da aguardada entrega do Kikito de Melhor Filme, os três atores principais de 'Colegas' - Breno Viola, Rita Pokk e Ariel Goldenberg - já haviam recebido o Prêmio Especial do Júri.

O longa Colegas, de Marcelo Galvão, faturou o Kikito de melhor filme do 40º Festival de Cinema de Gramado, na premiação realizada neste sábado (18). O filme, que também recebeu o Prêmio Especial do Júri, foi ovacionado pela plateia que lotou o Palácio dos Festivais.
O diretor, que se inspirou em seu tio - portador da síndrome de Down - para criar o roteiro, afirmou que não espera ensinar nada às pessoas, mas mostrar como eles são pessoas que merecem o mesmo tratamento e que "são capazes de atuar". Marcelo ainda comentou que o filme será lançado em novembro, e que a premiação contribui para que a visibilidade seja melhor.
Outro destaque brasileiro foi O Som ao Redor, de Kléber Mendonça Filho, que recebeu o prêmio de Melhor Longa do Júri Popular e Melhor Desenho de Som, além do Kikito de Melhor Diretor, que também foi entregue a Kléber. O filme, que já foi exibido em 15 festivais e recebeu uma premiação em Roterdã, estreará nos Estados Unidos na próxima sexta-feira (24), na Holanda em setembro, e no Brasil, segundo o diretor, a expectativa é de que chegue aos cinemas em novembro. "O que ajuda no lançamento do filme é a qualidade", pontuou ele.
Antes da aguardada entrega do Kikito de melhor filme, os três atores principais de Colegas - portadores da síndrome de Down - já haviam recebido o Prêmio Especial do Júri. No palco, eles fizeram longos discursos e foram aplaudidos em pé pela plateia. "Nós somos Down perante a sociedade, mas perante Deus somos normais", disse Ariel Goldenberg.
Outro destaque do festival foi o curta-metragem O Menino do Cinco, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira. O filme recebeu seis prêmios, entre eles o de Melhor Filme e a premiação especial do Canal Brasil. "Rapaz, nunca esperei isso", disse Marcelo. A dupla, que não sabia ao certo se a impactante trama conquistaria o público, ainda comentou que tinha curiosidade em saber a reação das pessoas diante do desfecho.
Já na categoria de longa estranheiro, Artigas, La Redota, de Cesar Charlone, foi quase unânime. Além do Kikito de Melhor Filme e Melhor Diretor, recebeu o prêmio de Melhor Ator - com Jorge Esmoris -, Melhor Longa do Júri Popular e Menção Honrosa.

Confira os vencedores em cada categoria:

Longa-metragem brasileiro

Melhor Desenho de Som - O Som ao Redor
Melhor Trilha Musical - Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!
Melhor Direção de Arte - Colegas
Melhor Montagem - Jorge Mautner - O Filho do Holocausto
Melhor Fotografia - Jorge Mautner - O Filho do Holocausto
Melhor Roteiro - Jorge Mautner - O Filho do Holocausto
Melhor Atriz - Fernanda Vianna de O Que Se Move
Melhor Ator - Marat Descartes de Super Nada
Prêmio Especial do Júri - Ariel Goldenberg, Breno Viola, Rita Pokk de Colegas
Melhor Longa Júri Popular - O Som ao Redor
Melhor Diretor - Kleber Mendonça Filho de O Som ao Redor
Melhor Filme - Colegas

Júri da Crítica

Melhor Curta-metragem - Menino do Cinco
Melhor Longa Estrangeiro - Artigas, La Redota
Melhor Longa Brasileiro - O Som ao Redor

Longa-metragem Estrangeiro

Melhor Fotografia - Leontina
Melhor Roteiro - Vinci
Melhor Ator - Jorge Esmoris de Artigas, La Redota
Menção Especial - Vinci
Melhor Longa Júri Popular - Artigas, La Redota
Melhor Diretor - Cesar Charlone de Artigas, La Redota
Melhor Filme - Artigas, La Redota

Curtas-metragens

Melhor desenho de som - Casa Afogada
Melhor Trilha Musical - Funeral à Cigana
Melhor Direção de Arte - Casa Afogada
Melhor Montagem - Di Melo, o Imorrível
Melhor Fotografia - Casa Afogada
Melhor Roteiro - Menino do Cinco
Melhor Atriz - Sabrina Greve, de O Duplo
Melhor Ator - Thomas Vinícius de Oliveira, de Menino do Cinco
Prêmio Especial do Júri - A Mão que Afaga
Melhor Curta Júri Popular - Menino do Cinco
Melhor Diretor - Gilson Vargas, por Casa Afogada
Melhor Filme - Menino do Cinco
Prêmio Canal Brasil - Melhor Curta - Menino do Cinco
Fonte:cinema.terra.com.br

Saiba como superar o fim de uma relação


Toda relação contribui para construir a história de vida. Foto: Terra

Toda relação contribui para construir a história de vida


Quando se vive um amor, a última coisa que vem à cabeça é o fim da relação. Entretanto, o dia do término pode chegar porque, assim como a vida, o relacionamento apresenta seu ciclo natural com começo, meio e fim. » Dez coisas que podem fazer sua relação ir por água abaixo» Opine sobre o assunto E se este momento acontecer, não há razão para se desesperar. Basta encarar a situação e retirar dela experiências positivas que contribuam com o seu amadurecimento emocional. Algumas mulheres se perguntam qual é a hora de colocar o ponto final no relacionamento. A psicóloga da Unifesp, Mara Pusch, afirma que o fim ocorre quando o namoro ou casamento deixa de ser saudável. "Quando uma relação acaba, na verdade, os dois sabem. Mas, um é mais corajoso para tomar a iniciativa de terminar", acredita. A também psicóloga Sueli Castillo compartilha da mesma opinião. "Arrastar uma situação em nome de um amor onde não existe reciprocidade acaba desgastando e destruindo o que poderia ser uma lembrança positiva do que aconteceu em sua história de vida", diz. "Se apenas um ama não existe mais a relação", completa. E se ele decidiu tomar a iniciativa do término não há motivos para acreditar que seu mundo desabou. É claro que, em um primeiro momento, é aconselhável afogar as mágoas e chorar para amenizar a angústia. O segundo passo para dar a volta por cima é retomar a vida social, reencontrar os amigos e fazer atividades prazerosas. Passada a fase da fossa, é hora de contabilizar os ganhos e as perdas de tudo isso. "O ideal é não levar como uma ferida por muito tempo e não encarar como uma tragédia. O mais importante é refletir para analisar as responsabilidades de cada um na relação", diz Mara. Sueli Castillo, por sua vez, ressalta ser fundamental o autoconhecimento para poder superar a crise de uma forma menos dolorida. Uma tática para se recuperar mais rápido é afastar-se do parceiro, fazendo valer a máxima "o que os olhos não vêem o coração não sente". E, apesar de muitas mulheres desejarem, é impossível riscá-lo da sua vida. "Esquecê-lo definitivamente é quase impossível, mas ter a convicção de que ele já pertence ao passado e como tal não volta é essencial", afirma Sueli. Já Mara aconselha a mulher a se dar conta de que no momento aquele tipo de relação acabou, não significando que futuramente ambos não possam voltar a se relacionar, até mesmo como amigos. A psicóloga Mara Pusch alerta para não cometer o erro de entrar em um novo relacionamento só por entrar e tomar o cuidado de não procurar alguém apenas por auto-afirmação. Não leve seus medos de relações anteriores para um novo namoro, pois cada pessoa é um ser único que, certamente, contribuirá para construir sua vida. Portanto, levante a cabeça, ponha sua melhor roupa e sinta-se bonita. Aproveite os benefícios que só a solteirice pode trazer, como desfrutar de total liberdade de escolha e fazer o que bem quiser sem ter de dar satisfação a alguém. Dando a volta por cimaQuem nunca viveu um grande amor que atire a primeira pedra. Aliás, aquelas histórias de romances complicados de novela também existem na vida real. A jornalista Hérika Dias, 24 anos, teve um amor que a marcou pelo resto de sua vida. O namoro de faculdade teve seus altos e baixos. Inicialmente, eles pareciam viver um amor de conto de fadas, porém, a separação foi bastante dolorosa para ela. "O término não foi amigável. Houve até agressão", conta Hérika. Hérika caiu em depressão e até se afastou por seis meses da faculdade. Alguns fatores foram essenciais para que o ex passasse a ser um personagem do passado, como o apoio de amigos e familiares. "Eu estava super mal e não via perspectiva de melhora. Até que eu senti Deus. E como forma de agradecimento a minha recuperação, resolvi me batizar no catolicismo", afirma. Apesar de o namoro ter se tornado águas passadas, ele lhe trouxe uma lição de vida. "Cresci achando que homem não prestava, até que passei a acreditar cegamente nele. Hoje, já não acredito mais nas pessoas; acho que ele tirou esta minha inocência", diz Hérika. Ela não guarda mágoas e até reconhece o valor da relação. "Tenho certeza de que foi amor e de que jamais outro namoro chegará perto da intensidade desse", afirma. A estudante Mariana Oliveira, 24 anos, é prova de que qualquer relacionamento serve para compor a história de vida. Aos 20 anos, Mariana conheceu aquele que parecia ser seu amor eterno. Contudo, ela não imaginaria que o repentino término de seu namoro seria motivado pelo reatamento do noivado do ex com a namorada anterior. Triste e deprimida, Mariana resolveu não procurá-lo mais. Até que foi surpreendida com o pedido de volta do ex. O que ela não contava é que, neste momento, ele continuava noivo da outra. Após término definitivo, a estudante diz que embora toda a situação tenha feito muito mal a ela, foi a melhor coisa que já lhe aconteceu. "A mulher em que eu me transformei, a maturidade que eu alcancei e o valor que eu passei a dar para às pessoas que se aproximaram de mim depois disso foi o melhor que podia me acontecer. Dei a volta por cima, estou bem pessoalmente e profissionalmente", finaliza. 

Fonte:

Associação Paulista de Terapia Familiar
Site: http://www.aptf.org.br

Mara Pusch - psicóloga
Tel.: (11) 3817-5615

Sueli Castillo - psicóloga
Email: suelicastillo@terra.com.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

As principais curiosidades do beijo


Para beijar, o ser humano movimenta 29 músculos (12 dos lábios e 17 da língua). · Um beijo apaixonado pode significar a aplicação de uma pressão de 12 quilos sobre os lábios. Já um beijo dado em um bebê pode ser pesado em gramas.
Uma pessoa troca, em média, 24 mil beijos (de todos os tipos, dos maternais aos apaixonados e até os roubados) ao longo de sua vida.
Um beijo pode repassar 250 vírus e bactérias diferentes. Quando se beija alguém, resíduos de sua saliva permanecem em sua boca por 3 dias.
As batidas do coração sobem, em média, de 70 para 150 vezes por minuto durante o beijo. Isso força o coração a bombear 1 litro de sangue a mais, pois as células pedem mais oxigênio para trabalhar.
Os beijoqueiros sofrem menos de doenças do aparelho circulatório, do estômago e da vesícula. Diminuem também os casos de insônia e de dores de cabeça.
Quando um dos namorados beija o pescoço do outro com mais força, provoca um aumento de pressão no local que pode romper os capilares (vasos bem frágeis). Forma-se uma mancha proveniente do sangue que escapou e ficou preso embaixo da pele.
Em cada beijo, os apaixonados trocam 9 mg de água, 0,7 g de albumina, 0,18 g de substâncias orgânicas, 0,711 mg de gorduras e 0,45 mg de sais.
O americano Alfred A. E. Wol estabeleceu o recorde mundial de beijos. Ele beijou 8.001 pessoas em oito horas.
O escultor francês Auguste Rodin, de tantos delírios amorosos que viveu com Camille Claudel, imortalizou o beijo em uma de suas mais famosas obras, “O Beijo”.
O final da Segunda Guerra Mundial foi anunciado em 1945. Na comemoração, um soldado beijou uma enfermeira no meio da rua. A foto, de Alfred
Eisenstaedt, foi publicada na revista Life e depois rodou o mundo.
Se você pensa que, quando beija, só sua boca trabalha, está completamente por fora. Fique sabendo que todo o seu organismo entra em ação.
Além dos seus cinco sentidos paladar, olfato, audição, visão e tato entrarem na jogada.
Os médicos e os psicólogos alemães concluíram que aqueles que beijam, faltam menos ao trabalho por motivo de doença do que aqueles que não beijam. Aqueles que beijam, também sofrem menos acidentes no trabalho, ganham 20 a 30 por cento a mais e vivem aproximadamente cinco anos a mais.
O Dr. Arthur Sazbo, um psicólogo alemão, diz que a razão desta ótima fortuna é a energia positiva que o beijo passa para aqueles que beijam no começo do dia. Conseqüentemente, se você quiser ter mais dias felizes, saudáveis, ser bem sucedido, e viver mais, você deve beijar o seu amor antes que você vá trabalhar, todos os dias.
Um beijo é geralmente a primeira vez que dois povos têm um contato próximo um com o outro. Uma fonte anônima no “Livro dos Beijos” por William Bastão descreve um beijo como algo que você não pode dar sem fazer exame, e não pode fazer exame sem dar. Uma outra fonte anônima diz que você não deve esperar para conhecer melhor alguém antes de beijá-la, você deve beijá-la primeiramente para depois então você conhecê-la melhor.
A beleza do beijo é que traduz cada língua e religião. Jr. de Vaughn Bryant, professor do departamento de antropologia no Texas A&M, dita que o primeiro beijo erótico foi trocado aproximadamente 1500 A.C. na Índia. Antes desse tempo não há nenhuma evidência (tabuletas de argila, pinturas da caverna ou registros escritos) que indique o histórico do beijo. Bryant disse também que o ato de friccionar e pressionar os narizes e a troca das línguas entre amantes, se popularizou aproximadamente em 1500 A.C.
Foram os Romanos que descobriram o beijo. Os Romanos beijavam-se cumprimentado uns aos outros, beijavam as vestes e os anéis de seus líderes e estátuas dos deuses mostrando sua submissão e respeito.
É um fato científico que beijar estimula nosso cérebro a produzir o oxytocin, um hormônio que nos dá aquela ótima sensação que sentimos ao beijar.
Sabe-se também que a química provocada faz com que um beijo alerte outro. Quando nós beijamos, os interiores de nossas bocas e as bordas de nossos lábios produzem uma substânciaquímica que aclama para mais beijos.
Um estudo em 1997 na universidade de Princeton concluiu que nossos cérebros estão equipados com os neurônios que nos ajudam a encontrar os lábios de nossos amantes no escuro. Não é nenhuma novidade que muitos casais apreciam se beijar em um teatro escuro.

Fonte:www.vocesabia.net


Ahh,o amor!



QUEM SOU EU?

Meu nome: É AMOR
Meu endereço: O teu coração
Minha idade: Uma vida inteira pra te amar
Data de nascimento: O dia que te conheci
Minha profissão: Te amar
Minha estrada: O teu corpo
Minha sorte: Ter te conhecido
Minha luz: Os teus olhos
Meu desespero: Ficar longe de ti
Minha vontade: Nunca mais sair do seu lado
Meu pensamento: Chegar sempre até você
Cheiro mais gostoso: Tua pele
Uma musica: Tua voz
Meu desejo: Te ter
Minha morte: Quando você, não me querer mais
Um nome: O seu é claro!
Uma recordação: Teu sorriso
Uma tristeza: Teu desprezo
Um carinho: Teu beijo
Uma verdade: Eu Te Amo!
Uma realidade: Eu não vivo sem você
Um sonho: Ter você pra sempre ao meu lado
Uma duvida: Será que você vai me amar pra sempre???
Um pesadelo: Te perder

Minha vida: Pensar em você..

terça-feira, 16 de outubro de 2012

UMA ÓTIMA LIÇÃO DE VIDA!



Certa vez, em uma pequena empresa de Engenharia.
Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro. Ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças.

  


Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo.
Sempre quieto, inofensivo, à parte, Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala.

                                 


Ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante.

Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo.


                               


Ora ele encontrava um sapo na marmita,ora um rato morto em seu chapéu. E o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava aquilo sem ficar bravo. 

                                          


Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal.

Antes, nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria dar um pouco do resultado da pesca para cada um de nós. No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes.

Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani.

Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós. Mas, a 'peça' programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte. 'Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse 'presente' e encontrar espinhas, peles e vísceras!', disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.



  Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço. Cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia:

'Obrigado!'.Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último. Era para o Ernani. Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação. Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa Mauro então levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer.

Ernani não era o tipo de muitas palavras. Ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto. Em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo. Por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa. Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto.
Foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando. Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção. 'Eu sabia que você não ia se esquecer de mim', disse com a voz embargada.- 'Eu sabia, você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração'.

Ele engoliu em seco novamente, e continuou falando, dessa vez para todos nós:-

'Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção. Sabem... Eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa, inválida, que há quatro anos está presa na cama. E estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar.

Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar á noite inteira, acordado, cuidando dela. E a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios.

As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa. Vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho, num canto... Bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche. Ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita.

Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim. Provavelmente muito mais do que para
qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos...', ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos. -

'Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos...' e ele começou a abrir o pacote...

Nós tínhamos estado prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro. Mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani. Mas era tarde demais. Ernani já tinha aberto e pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe. Era para ter sido tão engraçado, mas ninguém riu. Todos nós ficamos olhando para baixo.

E a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente:- 'Obrigado!'. 



Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós
havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani.


Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu. 

Cada um de nós, daquele grupo, passou então a ajudar as cinco crianças.

Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras; entretanto, são de um tipo muito diferente: Ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos.

Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos.

Nunca lhe demos a devida atenção; não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela; ignoramos as suas ansiedades ou os seus problemas.
Que possamos manter sempre vivo, em nossas mentes, o ensinamento de Jesus Cristo:
' Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros.'(João 13,34).

Será que conhecemos as pessoas com quem convivemos?
Cada Ernani sabe o fardo que carrega...Portanto, respeitemos o jeito de ser de cada um.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Estatística sobre a depressão


Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo




Segundo levantamento feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo, ou seja, pelo menos 5% da população.


Principalmente nesta quarta-feira (10/10/2012), quando é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental, esse é um alerta importante para a necessidade de incentivar os governos a implementarem tratamentos para combater o transtorno.
Apesar de haver terapia para a depressão, apenas metade das pessoas que sofrem com a doença recebe os cuidados de que necessitam. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, apenas com acompanhamento psicológico, mas, na forma moderada ou grave, geralmente os pacientes precisam de medicação.
A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração. A doença pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode até mesmo levar ao suicídio.

Depressão: doença que precisa de tratamento

Ricardo Moreno é médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Depressão é também uma doença recorrente. Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%.

A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos através dos neurônios, que possuem prolongamentos que não se tocam. Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse, absolutamente fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e correntes elétricas. Essas substâncias trocadas na transmissão do impulso entre os neurônios, os neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo representado por sinais elétricos.
Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro.
DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO
Drauzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e depressão?
Ricardo Moreno – Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo agradável surgir. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho.
SINTOMATOLOGIA DA DEPRESSÃO

Drauzio – Muitas pessoas portadoras de depressão não reconhecem os sintomas da doença. Que dicas dar aos familiares para ajudá-los a identificar o comportamento de um deprimido?
Ricardo Moreno – Em geral, o indivíduo com depressão reconhece que está sendo afetado por algo novo, diferente das outras experiências de tristeza que teve na vida. A família pode identificar o comportamento do deprimido pela mudança de atitudes, porque ele deixa de ser o que era, deixa de sentir alegria, apresenta queda de desempenho e passa a agir de forma diferente da habitual.
Drauzio – Exatamente por estarem deprimidos, a maioria leva bastante tempo para procurar ajuda, não é?
Ricardo Moreno – Infelizmente, isso acontece. Muitas vezes, os indivíduos custam a identificar como anormal o que estão sentindo. É comum atribuírem a depressão a um mau momento da vida ou a relacionam com um obstáculo que poderá ser transposto sem dar-se conta de que foram acometidos por uma doença que tem tratamento capaz de melhorar sua qualidade de vida.
Drauzio - Quais são os sintomas mais característicos de um quadro depressivo?
Ricardo Moreno – São muitos os sintomas da depressão. Talvez o mais evidente seja o humor depressivo, que se caracteriza por tristeza e melancolia, acompanhado por falta de ânimo e de disposição, incapacidade de sentir prazer em atividades habitualmente agradáveis, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo.
Drauzio – Um de meus pacientes dizia que apesar de estar tudo bem na vida, não conseguia olhar para nenhum lado sem ver os aspectos negativos e que esses assumiam importância muito maior do que os positivos.
Ricardo Moreno - De fato, essa doença provoca uma distorção na visão de mundo e de si mesmo. Lembro-me bem de um paciente que dizia existir uma nuvem cinzenta a seu redor que o impedia de olhar o espectro das cores. Achei uma definição interessante que bem traduz o sentimento depressivo.
COMPORTAMENTO FAMILIAR PARADOXAL
Drauzio – Existe uma contradição que se estabelece nesses quadros. A família vê a pessoa nesse estado e quer que reaja, mas ela não consegue e os familiares se voltam contra o deprimido. Isso é regra?
Ricardo Moreno – Essa é uma armadilha em que caem as famílias e o deprimido porque, esgotadas todas as tentativas para estimulá-lo, surge a raiva: “Ele não reage; eu tento, mas ele não quer melhorar”. Tal comportamento reforça a desesperança e a baixa autoestima próprias do indivíduo com depressão. Por isso, é importante esclarecer familiares e paciente que essa incapacidade de reação é uma das características da doença e ajuda a diferenciar o estado patológico do normal. Quando estamos tristes, somos capazes de reagir aos estímulos de prazer. O deprimido dificilmente o consegue. A depressão tira-lhe as forças. Ele não tem como lutar contra ela.
DOENÇA PREVALENTE NAS MULHERES
Drauzio – Por que as mulheres têm mais depressão do que os homens?
Ricardo Moreno –O sexo feminino passa por vários processos hormonais durante a vida: o início dos ciclos menstruais, a gravidez, o parto e, por último, a menopausa. Tudo isso implica alterações na produção dos hormônios sexuais femininos e torna a mulher mais vulnerável. Tanto é assim que no período da gravidez, do parto e da perimenopausa, a depressão ocorre com maior frequência. Após a menopausa, a relação da incidência entre homem e mulher tende a igualar-se, pois nessa fase cessam essas flutuações hormonais femininas.
DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Drauzio – Fale um pouco da depressão ligada ao parto, especialmente desses quadros graves que se estabelecem no pós-parto quando mulheres chegam a matar seus próprios filhos?
Ricardo Moreno – Existem duas posições no pós-parto. A primeira é um estado leve de melancolia que dura de cinco a sete dias e não traz grandes consequências nem para as mães nem para as crianças. A outra é a depressão pós-parto propriamente dita, um manifestação mais grave, porque compromete a mulher e sua visão de mundo e favorece o risco de um infanticídio.
É um caso tão sério que o código penal não o reconhece como crime, pois considera que a mulher perdeu a crítica e o ajuizamento da realidade.
DEPRESSÃO NA MENOPAUSA
Drauzio – Na passagem da menopausa, muitas mulheres se queixam de que de repente caem numa tristeza incontrolável e apresentam forte labilidade emocional. Por que isso acontece?
Ricardo Moreno – A menopausa também é um período de risco de depressão para as mulheres. É um fenômeno relacionado com a perda da capacidade reprodutiva e com as mudanças hormonais do sexo feminino.
DEPRESSÃO NOS HOMENS
Drauzio - Em que faixa etária os homens estão mais predispostos a sentir depressão?
Ricardo Moreno – Nos homens, a depressão é mais frequente nos adultos jovens, isto é, no final da adolescência e início da vida adulta. Pode-se dizer que o pico da incidência da doença ocorre dos 18 aos 30, 40 anos,  justamente na fase mais produtiva do indivíduo.
DEPRESSÃO NA VELHICE
Drauzio – E na velhice, também ocorrem casos de depressão?
Ricardo Moreno – A depressão pode ocorrer em qualquer ciclo da vida: na infância, adolescência, na vida adulta e na velhice. A infância é a fase de diagnóstico mais difícil. Muitos casos passam despercebidos, pois os sintomas são atribuídos a características de personalidade da criança. Na velhice, acontece algo semelhante. Muitas vezes, atribui-se a queda de energia e disposição ao peso da idade. “Ele está velho, já fez o que tinha de fazer” é a explicação que se dá, ignorando os sintomas da depressão e a possibilidade de mudar sensivelmente a condição de vida do velho porque existe tratamento para essa doença.
MUDANÇAS NO PARADIGMA DO TRATAMENTO
Drauzio – No passado, depressão era tratada com aconselhamento e psicoterapia. Hoje, depressão é tratada mais agressivamente. O que mudou no conhecimento da fisiologia da depressão que permitiu essa transformação no tratamento?
Ricardo Moreno – No cérebro existem células nervosas, os neurônios, e substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre elas, os neurotransmissores. Em condições normais, a quantidade dessas substâncias é suficiente, mas ela cai consideravelmente durante a crise de depressão. Os medicamentos antidepressivos aumentam a oferta de neurotransmissores e promovem a volta ao estado normal do paciente.
O tratamento da depressão mudou muito com a descoberta desses medicamentos que provocam algumas modificações químicas no cérebro pela oferta de substâncias mediadoras que estabelecem a comunicação entre uma célula nervosa e outra durante o processo de transmissão dos sinais. No deprimido, os níveis dos neurotransmissores são baixos. Os antidepressivos bloqueiam o mecanismo de recaptura (impedem que os neurotransmissores retornem à célula de origem) o que aumenta a quantidade dessas substâncias nesse espaço virtual entre os neurônios.

Drauzio – Na verdade, a depressão reflete uma alteração bioquímica do cérebro.
Ricardo Moreno – Os estados depressivos são provocados por uma disfunção na bioquímica do cérebro o que acarreta manifestações psicológicas e comportamentais.
Drauzio – O tratamento visa à modulação mais harmônica dessa bioquímica cerebral?
Ricardo Moreno – O tratamento visa a regular essa disfunção e existem medicamentos bastante eficazes nesse aspecto. Costumo dizer que, nos últimos 40 anos, eles apresentaram uma evolução importante porque, apesar das desvantagens dos efeitos colaterais, promovem uma melhora significativa nos pacientes. Na relação custo-benefício, a decisão tende sempre para o tratamento uma vez que restabelece a qualidade de vida e diminui o risco de morte por suicídio ou outras doenças.
EFEITOS COLATERAIS

Drauzio – Quais os  principais efeitos colaterais desses medicamento?
Ricardo Moreno – Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso; outros, tremor. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e, às vezes, vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação, talvez 20% ou 30% delas.

Drauzio  No tratamento da depressão existe um complicador importante. Em geral, leva algum tempo para que o doente sinta os benefícios da medicação, mas os efeitos colaterais desagradáveis são piores no começo.
Ricardo Moreno – De fato, o medicamento leva de 10 a 15 dias para começar a ter boa ação antidepressiva. Em compensação, os efeitos colaterais são imediatos. Isso dificulta bastante a adesão ao tratamento e faz com que o paciente tenda a abandoná-lo precocemente.
ESTRATÉGIAS DE CONVENCIMENTO

Drauzio  Que estratégia você usa para explicar isso aos pacientes?
Ricardo Moreno – Tento ser o mais claro possível para convencê-los de que vale a pena suportar o desconforto inicial se considerados os riscos e o sofrimento que a depressão traz. Mostro-lhes que a primeira escolha de antidepressivos funciona bem em aproximadamente 70% dos casos. Nos outros, será necessário trocar de medicamento ou combinar formas diferentes de tratamento.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO
Drauzio – Depressão é uma doença crônica. Em muitos casos há períodos em que a pessoa passa bem e depois volta a ficar deprimida. Isso implica tratamentos muito longos?
Ricardo Moreno – Sabemos que a doença tende a ser recorrente em mais ou menos metade dos pacientes. Quem já teve um quadro de depressão tem 50% de possibilidade de ter outro. Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para quem teve três, sobe para mais de 90%. Portanto, alguns pacientes precisarão tomar medicamentos durante anos e outros, pela vida toda com o intuito de prevenir a recorrência. Para esses pacientes, o acompanhamento psicológico e uma boa relação médico-paciente são fundamentais para a adesão e sucesso do tratamento.
Drauzio – Como convencer os pacientes de que precisam tomar os remédios a vida inteira?
Ricardo Moreno – É preciso explicar que a retirada do medicamento nunca deve ser feita de forma abrupta, porque no processo de diminuição gradativa da dose os sintomas podem voltar. Isso convence o paciente da necessidade de manter o tratamento por um período mais longo ou até pela vida toda.
GATILHOS DESENCADEANTES DA DEPRESSÃO
Drauzio – Existem fatores que disparam o processo depressivo?
Ricardo Moreno – Sabemos hoje que existe predisposição genética para a depressão. Os indivíduos nascem com vulnerabilidade para a doença, mas ela não se manifesta em todas as pessoas predispostas. Isso vai depender de vários fatores, chamados estressores, que funcionam como gatilho. Por exemplo, o estresse psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o estresse físico, certas doenças, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas e alguns medicamentos de uso contínuo podem precipitar os quadros. Entre as drogas lícitas destaca-se o álcool e entre as ilícitas, as estimulantes como a cocaína e a as anfetaminas.
Drauzio – Isso me faz lembrar de que, no passado, havia medicamentos associados, com certa frequência, à ocorrência de suicídios. Em alguns casos, por não receberem esclarecimentos sobre a ação das drogas, os médicos prescreviam um remédio para controlar a pressão arterial e desencadeavam um episódio depressivo.
DEPRESSÃO SAZONAL
Drauzio – O que se sabe sobre a influência do clima, especialmente nos países frios, sobre a depressão?
Ricardo Moreno – Há um quadro de surtos depressivos, chamado depressão sazonal, que está relacionado diretamente com os fotoperíodos, isto é, com a luminosidade. No outono e no inverno, especialmente nos países frios, a luz diminui muito e algumas pessoas se tornam mais vulneráveis às flutuações normais do humor e desenvolvem quadros depressivos.
FORÇA DA HEREDITARIEDADE
Drauzio - Você falou que uma pessoa pode nascer com predisposição para desenvolver depressão. Existe uma relação direta entre pais depressivos e seus filhos?
Ricardo Moreno – Existe. A ocorrência de depressão num membro da família aumenta muito a possibilidade de um parente próximo ou de primeiro grau ser afetado pela doença. Filhos de deprimidos, em geral, manifestam maior predisposição do que filhos de pais não deprimidos. No entanto, devem sempre ser considerados, nesses casos, não só os fatores genéticos, mas também o peso dos fatores ambientais.
REFLEXO NAS RELAÇÕES AFETIVAS
Drauzio – Quando aparece um quadro depressivo na família, como ficam as relações afetivas?
Ricardo Moreno – Geralmente a família se desestrutura bastante. A tendência inicial é querer ajudar o indivíduo a reagir. Como ninguém consegue, aflora um sentimento de frustração difícil de contornar. Por outro lado, uma série de crenças populares, que rotulam a depressão como falta de vontade, defeito de caráter e doença de rico, interferem negativamente. A mistura dessas crenças com as tentativas infrutíferas de auxílio distorcem as relações familiares. Além disso, deve-se considerar o impacto social e econômico que a doença pode representar para toda a família.
ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES
Drauzio – Como você orienta os familiares nesses casos?
Ricardo Moreno – O primeiro passo é a informação. Todos, inclusive os pacientes, precisam saber o que está sendo feito, que riscos correm os doentes, os benefícios do tratamento e o prognóstico a longo prazo. Acima de tudo, é preciso vencer o medo. De modo geral, os doentes e suas famílias têm medo da doença mental, da loucura. Abordados esses temas, consegue-se melhorar o resultado do tratamento e as relações interpessoais.
Drauzio – O que a família pode fazer para ajudar a pessoa deprimida a sair da crise mais depressa?
Ricardo Moreno – A família pode fornecer parâmetros da realidade. Não deve deixar a pessoa trancada no quarto o dia todo com as cortinas fechadas, nem deixá-la desrespeitar a necessidade de alimentação e higiene.
Esse paciente precisa ser estimulado o que não significa levá-lo ao shopping ou pô-lo para correr. Significa estimulá-lo de acordo com suas possibilidades de desempenho. Ninguém incentiva um paciente de UTI a andar pelos corredores do hospital. É importante respeitar as limitações que a doença impõe naquele momento.
Drauzio – A atividade física ajuda?
Ricardo Moreno – A atividade física ajuda bastante. Há evidências de que associada a tratamentos medicamentosos e psicológicos pode ser um componente importante para alcançar resultados satisfatórios no tratamento.
DEPRESSÃO: DOENÇA IMPACTANTE?

Drauzio
 – Dê um exemplo prático de quão incapacitante pode ser um quadro depressivo?
Ricardo Moreno - A depressão se divide em leve, moderada e grave. É um engano imaginar que a depressão leve seja menos incapacitante se considerarmos a duração dos sintomas. No entanto, os quadros moderados e graves comprometem mais o indivíduo que fica com baixa produtividade, autoestima diminuída e uma visão distorcida do mundo. Já tive pacientes que ocupavam cargos importantes, recebiam salários razoáveis, desfrutavam uma condição de vida relativamente boa e pediram demissão, porque não se julgavam merecedores daquele emprego. Isso a curto e a longo prazo provoca desdobramentos complicados e desgastantes para a família e para o indivíduo.
Tive também pacientes que tentaram o suicídio. Apesar de todos, felizmente, terem continuado vivos, alguns ficaram com sequelas importantes e sua atitude pôs em xeque valores éticos, morais e religiosos e criou um conflito traumático na família.
Sob o ponto de vista econômico, o indivíduo deprimido representa, ainda, um ônus para si, para a família e para a sociedade.
Drauzio – Você considera uma boa orientação aconselhar as pessoas a não tomarem decisões radicais durante as crises?
Ricardo Moreno – Geralmente aconselhamos o paciente e sua família a não tomarem nenhuma decisão importante ou definitiva enquanto perdurar a crise.
Drauzio – Num relacionamento sentimental a depressão é devastadora e frequentemente destrói casamentos, não é mesmo?
Ricardo Moreno – Destrói casamentos e sempre interfere negativamente na relação.
POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO
Drauzio – O que se pode fazer neste mundo moderno para não cair em depressão?
Ricardo Moreno – A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não há uma receita básica, mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir uma qualidade de vida satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas, dificuldades e conflitos. Tanto isso é possível que apenas 18% da população apresenta quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos temos. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem demais.


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