sexta-feira, 1 de junho de 2012

Aprendendo com a traição

Apesar de dolorosa, infidelidade pode trazer chance de crescimento... 


Poucas coisas são tão dolorosas em uma relação a dois quanto a traição de uma das partes. Tenha sido descoberta ou revelada, ela sempre traz à tona muitos sentimentos contraditórios: "o outro não presta", "o outro não me ama", "eu não sou boa o suficiente", "ninguém nunca poderá me amar", "onde foi que eu errei?", são apenas algumas das opções.
Doi muito, por vários motivos: depositamos nossa confiança na outra pessoa e ela nos decepcionou; juramos exclusividade mútua e uma terceira pessoa foi incluída na relação sem a concordância de todas as partes; honramos sozinhos o compromisso assumido; fomos obrigados a dividir o ser amado com outra pessoa sem termos sido consultados. São muitos os motivos pelos quais sofremos, mas a experiência de uma traição carrega em si uma incrível oportunidade de crescimento, onde aprendemos a conhecer melhor o outro, à nós mesmos, e aos problemas da relação. Só depende de como lidamos com isso.
Mas quando surgiu o mandato de exclusividade nas relações? Apesar de ser emblemática na cultura do homem civilizado, a monogamia não é algo inato ao homem. Relativamente recente em nossa história, ela surgiu como ferramenta necessária para conservação da propriedade privada. Sem esta exigência, o homem não teria meios de saber se os filhos concebidos dentro do casamento eram realmente seus. Isso impactaria diretamente no patrimônio familiar, que deixaria de pertencer à família, caso fosse herdado por filhos ilegítimos.
Hoje em dia, os motivos para a exigência da monogamia não são os mesmos, e os sentimentos que uma traição provoca na gente são extremos. Muitos a consideram como ponto final de uma relação. Porém, mais importante do que o destino do casal é avaliar as causas que permitiram a entrada de uma terceira pessoa na relação. Será durante a revisão daqueles motivos que entenderemos como se chegou até ali e de que maneira seguir adiante.

Identificando a causa da traição

É preciso ter duas coisas claras desde o início. Primeiro, ninguém trai sozinho. Claro que para toda regra há exceção, mas não é comum que não haja qualquer problema entre o casal e uma das partes traia. Todos estamos socialmente e culturalmente programados para sermos fiéis, portanto, trair é uma transgressão inclusive para o traidor. Por isso, acredito na existência de uma forte motivação por trás desse ato, geralmente alimentada (conscientemente ou não) por ambas as partes da relação.
O segundo ponto importante a ter em mente é que, mesmo que ambas as partes tenham participação no real motivo por trás da traição, trair é sempre uma escolha pessoal. Por isso, é sempre responsabilidade única e exclusiva daquele que trai. Ainda que os fatores motivadores sejam construídos com a participação de ambas as partes, não dá para culpar o outro por termos traído. Por mais problemas que tenhamos com a nossa cara-metade, sempre podemos escolher mil caminhos diferentes da infidelidade. E se escolhemos trair, essa responsabilidade é exclusivamente nossa.


Uma vez que traímos, o que fazer?

Muitas pessoas decidem contar para o parceiro em nome de uma suposta sinceridade, que na verdade pode esconder um profundo egoísmo. Não aguentamos o peso da nossa própria consciência e precisamos dividi-lo com a outra pessoa. Nos sentimos péssimos com a gente mesmo, e precisamos que o outro amenize esse sentimento, "perdoando" nosso ato. Assim, se o outro nos dá o seu perdão, podemos deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz, tendo primeiro desfrutado da traição e agora desfrutando do perdão por tê-la cometido. Mas e o outro, como fica nesse processo? Se nossa sinceridade deriva do amor que sentimos, deveríamos ter em mente o bem-estar do nosso parceiro antes de qualquer outra coisa. Não dividimos com o outro a decisão nem os prazeres da traição, mas queremos que ele nos ajude a carregar o peso do erro.
Outros não têm nem a opção de decidir se contam ou não: são descobertos antes de poder se revelar. Aqui, o melhor a fazer é deixar a poeira baixar, para então sentar e avaliar as razões pela qual a relação chegou até ali, o que faltou à parte que traiu para buscar algo fora da relação, onde cada um errou, o que poderiam ter feito melhor e, principalmente, o que significou aquela traição para quem a cometeu. Foi apenas um momento? Houve sentimento envolvido? A partir daí, será possível ver claramente se dá para perdoar e seguir com a relação em outras bases, ou se é melhor partir para outra, especialmente se o traído não conseguir ou desejar perdoar.
No entanto, apesar da traição ser uma infração a um acordo mútuo de exclusividade, nem sempre ao sair com outra pessoa estamos traindo o outro. Muitas vezes, o desejo é simplesmente exercer nosso direito à liberdade, atender a um desejo do momento, sem o objetivo de ferir o outro nem remediar alguma ausência da relação. Quando esse for o caso, o mais importante é ser ético em todas as instâncias, o que significa agir preservando o nosso parceiro, sua imagem pública e social, sua saúde, e tudo o mais que nossa atitude puder atingir.

O que vem depois da traição

Quando assumimos publicamente um compromisso com outra pessoa, decidimos renunciar à nossa liberdade para nos tornarmos parcialmente "propriedade de". Ainda assim, continuamos donos de nós mesmos, e temos o direito de, em algum momento, decidir fazer algo com isso que nos pertence sem necessariamente pedir permissão ao outro. Neste caso, nossa obrigação é preservar o ser amado de toda e qualquer dor, e continuar sendo fiel em muitos outros níveis da relação, que extrapolam o físico e o sexual. Podemos continuar sendo pais presentes, maridos presentes, amigos para toda hora e parceiros em situações difíceis, sem expor, ridicularizar, trair dentro do círculo de amigos, ou com o melhor amigo do nosso par. Podemos, sim, responder a um desejo momentâneo preservando todas as outras instâncias da relação.





Ao contrário do que muitos pensam, uma traição não necessariamente ocorre quando a relação já esgotou todas as suas possibilidades. Ela pode ocorrer por raiva, por vingança, por carência, por autossabotagem (tem gente que não sabe aceitar a própria felicidade e busca uma maneira de destruí-la), e pode ainda funcionar como uma "muleta" para a relação. Como não encontramos uma maneira de conseguir o que nos falta com o nosso parceiro - mas também não podemos conceber a vida sem aquela pessoa - buscamos externamente um remédio. Ainda que temporária ou falha, essa solução momentânea nos permite continuar vivendo a relação que escolhemos, apesar do problema que não podemos resolver.
De muitas maneiras, uma traição é uma oportunidade de crescimento para o casal. Ela não precisa ser o fim, nem representar o fracasso da relação. Como tudo na vida, dependerá apenas do uso que o casal fizer da experiência, e da maturidade que tenha para abordar os próprios problemas. O resultado desta vivência pode ser uma relação mais madura e consolidada. Ou o fim, onde cada um segue seu caminho com maior conhecimento das próprias necessidades e limitações.

Fonte:personare.com.br                                                                              

O que fazer quando a paixão esfria?


Acabe com a monotonia reaprendendo a compartilhar seus sentimentos



Quando nos apaixonamos, nos sentimos adentrando um mundo novo, cheio de novidades. Queremos experimentar tudo, aproveitando cada novidade, cada momento ao lado daquele outro ser humano. Pois, misteriosos e imprevisíveis, estes novos parceiros vão sendo descobertos, analisados, catalogados em nossa mente e nossa vida começa a se ajustar de forma que nossas individualidades convivam harmoniosamente. Desse modo, concessões são feitas, assim como acordos, discussões e planejamentos.
É assim que aquela maré de emoção e paixão passa, deixando a suavidade do amor, da confiança e do respeito mútuos. Isso é muito bom até certo ponto, porque, curiosamente, acontece uma coisa estranha com grande parte dos casais: eles começam a perder energia, a se tornar monótonos, previsíveis e sem graça. Parece que chega um momento em que não há mais anda a falar.
Esta situação se dá quando começamos a nos acostumar tanto com a outra pessoa, que caímos no costumeiro erro de acreditar que a entendemos completamente, que sabemos exatamente como ela é, o que pensa, o que sente. Assim, munidos desta sensação, não a observamos mais com atenção, não percebemos suas nuances, suas mudanças e o que está de fato nos dizendo. Simplesmente paramos de nos comunicar com ela.
Isso decorre porque, pela força da convivência e, como consequência de nossa entrega inicial, acabamos perdendo muito da nossa individualidade, com o fim de nos ajustarmos à relação. Paramos de fazer certas coisas que eram nosso costume quando estávamos sozinhos, deixamos de ver algumas pessoas queridas. Nosso tempo livre acaba sendo direcionado para as atividades do casal, que no momento é nossa prioridade. Enfim, paramos de pensar em termos de "eu" para pensar em "nós". E este "nós"pode se tornar extremamente nocivo, pois perdemos a noção de como é bom estarmos sozinhos, de que no nosso silêncio e nas nossas atividades individuais, crescemos como pessoas. Sem isso, vamos morrendo por dentro até chegar ao instante em que nada mais temos a acrescentar ao outro. Afinal, ele vê tudo, sabe de tudo. O mistério se foi. Mesmo que você mude, a tendência é que seu companheiro projete em você julgamentos que podiam ser verdade antes, mas que não fazem mais sentido hoje. Desta forma, o sentimento de mágoa e incompreensão começa a minar o relacionamento, antes tão feliz, levando-os muitas vezes à separação.

Não existe amor sem compartilhar

O pensador indiano Osho diz que "a alegria do amor só é possível se você tiver conhecido a alegria de estar sozinho, porque só então você terá algo para compartilhar". Isso é verdade, porque se você estiver num relacionamento esperando que o outro lhe traga felicidade, que o outro faça você se sentir especial, enfim, que o outro lhe complete, então é muito provável que você nunca seja feliz e que nunca faça seu parceiro feliz. Pois, obviamente, se você espera isso dele é porque não tem nada para oferecer. Tristemente ele também está esperando algo de você que nunca vem. São, portanto, duas pessoas tristes, sem nada, perdidas, esperando ser salvas. Mas como duas pessoas vazias podem completar uma à outra?

Bote salva-vidas: O que fazer para evitar este desfecho

  • Permita que seu companheiro tenha atividades individuais, como hobbies, passeios, viagens e saídas com amigos sem você;
  • Não fique monitorando o outro como se fosse uma mãe ou pai desesperados atrás do filho. Lembre-se que seu companheiro é um adulto e que, até que seja provado o contrário, é fiel e ama você;
  • Tenha você também atividades fora do relacionamento, assim não ficará tão focado no outro;
  • Cuide mais de si mesmo para fortalecer a auto-estima e a confiança em si mesmo, além disso, companheiro bonito se torna difícil de largar;
  • Não conte tudo sobre você, espere que o outro pergunte;
  • Tente renovar seu cotidiano vestindo roupas diferentes, fazendo programas juntos que sejam inusitados, experimentando lugares e comidas alternativas;
  • Volte a estudar, retome ou crie algum hobby para você. 
  • Fonte: personare.com

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